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SINDICATO DOS TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO ESTADO DE SÃO PAULO


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27/02/2015

Não deveríamos perder a vida no exercício da profissão!


 

Infelizmente mais uma vez em pleno inicio de ano nos abalamos por um grave acidente, desta vez ocorrida no navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus no Espírito Santo, operado pela BW Offshore e afretado pela Petrobras. Segundo a ANP, 74 pessoas estavam no navio-plataforma no momento do acidente, seis pessoas foram encontradas mortas, 03 estão desaparecidos e 26 ficaram feridas e levadas para hospitais.

 

Neste acidente entre os mortos está o Técnico de Segurança do Trabalho, Luiz Cláudio Nogueira, formado em enfermagem pela UERN, Curso de formação de técnico de segurança do trabalho pelo CEFET em 1998.

 

Costumeiramente estamos sempre lamentando a morte dos trabalhadores que por falhas na prevenção possam vir a óbito. Não é comum, até por sermos os que realizam a prevenção de acidentes do trabalho nos ambientes laborais, sermos vítimas desses acidentes, contudo, o ocorrido nos serve para reflexão de que não somos super-heróis, anjos da guarda, tão pouco imunes aos acidentes do trabalho e, neste caso, se perguntem e respondam: “quem cuida do cuidador?”.

 

Claro que o pior acidente é, sem dúvida, aquele que nos leva ao óbito e a perda de nossas capacidades motoras, seja por amputamentos ou paralisias, mas, no dia a dia, a nossa profissão é, indubitavelmente, uma das que mais recebe o Assédio Moral. Quantas e quantas vezes o Técnico de Segurança não se viu acuado entre sua ética profissional e os desmandos de uma chefia irresponsável com a integridade alheia?

 

Temos que lamentar também o posicionamento do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (CREA-ES), que após o acidente vai notificar a empresa, que, embora esteja registrada no conselho, possui algumas inconformidades, destacando não possuir a listagem do corpo técnico responsável por operar os serviços no navio; não indicar o responsável técnico por cada serviço que é executado; e não emitiu as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) de cargo e função, documento que comprova quem é responsável técnico pelo serviço e discrimina todo o trabalho que é executado por esse profissional. Além disso, segundo o conselho, não foi constatado o pagamento das anuidades de 2014 por parte da empresa.

 

Após todo desastre e vidas perdidas, toda preocupação é com os valores não arrecadados; será que se todas as ARTs estivessem recolhidas evitariam o acidente? Acredito que toda preocupação deveria estar focada para o que aconteceu, a fim de evitarmos outros acidentes, ou seja, deveriam estar preocupados com as famílias e nem uma nota de pesar foi emitida por este órgão.

 

Assim, nós do SINTESP, reproduzimos trechos da nota emitida por Alfredo Luiz da Costa, diretor do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho do Rio Grande do Norte, que expressa bem nossos sentimentos, a saber:

 

Marcos Antonio de Almeida Ribeiro

Presidente do SINTESP

 

 

A CATEGORIA SE ENCONTRA DE LUTO (Nota de Pesar)

 

Uma perda irreparável para a família e para toda a categoria do Brasil, onde a comoção e a tristeza tomaram conta de todos nós. Vivemos dedicando as nossas vidas em defesa da segurança e a saúde de todos os trabalhadores, praticando a prevenção de acidentes.

Por ironia do destino nos deparamos com essa tristeza tão grande, em que ele veio perder a vida no exercício de sua profissão!

Que mais este acidente sirva para continuarmos em nossa luta, nos mobilizando e nos organizando para que as condições de trabalho sejam mais seguras, onde o trabalhador tenha direito de continuar trabalhando com segurança e proteção!

Que as Políticas de Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil sejam realmente mais efetivas no campo da segurança e da saúde dos trabalhadores.



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